Não faltam guias e dicas infalíveis para enlouquecer homens e mulheres com o sexo oral. As revistas femininas estão fartas desses materiais, com seus encartes lacrados e conselhos de especialistas que parecem nunca ter dado uma boa chupada na vida. Além de trazer o passo a passo, muitas dão nomes ridículos a técnicas esdrúxulas que se colocadas em prática correm mais o risco de fazer brochar do que gozar.
Não adianta tentar simplificar a coisa com manuais, cada pessoa gosta mais ou menos de um jeito ou de outro. O que mais funciona nessa hora é a capacidade de ler os sinais e adaptar a técnica conforme a intensidade da resposta. Um bom sexo oral não segue fórmulas predeterminadas, é um eterno .
Sem querer dar também uma de sabichona, o principal pré-requisito para uma felação (boquete) e uma cunilíngua (sexo oral na mulher) de respeito é a vontade genuína de fazer. É preciso existir o desejo de chafurdar a cara no sexo do outro, lambuzar-se de fluidos e suores, sem nojo ou frescura.
Uma chupada gostosa depende daquela necessidade de engolir o outro, daquele retorno natural à fase oral, em que conhecer as coisas pela boca é um ato incontornável. A sensibilidade em traduzir as reações do outro aos nossos estímulos também é fundamental para dar prazer.
Tem gente que confia mais no que leu ou assistiu nos pornôs do que na cena que está acontecendo naquele momento. Mimetizar não é uma boa estratégia e nem sempre o que funciona no vídeo excita a pessoa com quem você está. As preferências diferem muito de corpo para corpo e até de ocasião para ocasião. Um dia posso querer ser chupada delicadamente, no outro brutalmente.
O sexo oral também não pode ser só checkpoint para a próxima etapa. É mais gostoso quando acontece sem pressa e em momentos imprevisíveis. O problema nessas horas, sobretudo para as mulheres, é com a higiene. Queremos estar sempre extremamente limpinhas e cheirosas antes de sermos chupadas e lambidas.
Quando fui surpreendida por um cara que me queria depois de um dia inteiro de trabalho sem direito nem a um banho tcheco tentei fugir de todas as formas. Mas ele me pegou de jeito e me chupou feito louco com todos os odores do meu dia. Nem preciso dizer que esse momento me marcou para sempre. O cara realmente apreciava uma buceta em estado natural, sem cheiro de sabonete. Porém esse sexo oral mais “roots” não é para todo mundo, o importante é cada um curtir a prática à sua maneira e só fazer se realmente estiver a fim, chupadinha mole de obrigação é pior do que nada.
Mas quem quer se abocanhado para valer precisa também se dedicar a chupar, sugar, lamber e tudo mais que envolve um serviço oral completo de primeira classe. Não dá para ficar só recebendo sem oferecer nada em troca. Entretanto o melhor é realmente pegar gosto pela coisa, descobrir os deleites de dar prazer e fazer gozar apenas com as habilidades bucais.
Criatividade demais atrapalha
Na tentativa de incrementar o sexo oral, tem gente que se empolga e inventa demais. Tenho um amigo que não consegue esquecer uma iniciativa da namorada para fazer “o boquete” que acabou virando “a brochada”.
A garota leu em uma revista feminina que emitir o som “vrum” durante o sexo oral nele provocaria vibrações deliciosas que o levariam ao delírio. O problema é que a situação ficou tão patética que ele perdeu completamente o entusiasmo. Lábios, língua e saliva continuam sendo os recursos mais eficientes para proporcionar prazer com a boca. Alguns olhares e toques também complementam. Todo o resto é perfumaria, que pode tanto ajudar quanto estragar.
Antidicas
Selecionei algumas sugestões de revistas, sites e fóruns brasileiros e estrangeiros para tornar seu sexo oral bem patético e constrangedor. Não deixe de não experimentar.
Felação
Enquanto estiver fazendo sexo oral, coloque uma pedra de gelo na boca e desenhe um oito na virilha ou na parte interna da coxa do homem. Tente fazer as duas performances ao mesmo tempo para tornar a experiência de tirar o fôlego
Nem dá para esconder que essa dica incrível é da revista Nova. Até agora estou tentando entender como é possível desenhar um oito com o gelo e fazer sexo oral ao mesmo tempo. Dá um nó na língua e no cérebro.
Use sua língua para desenhar palavras no pau dele e peça para que ele adivinhe. Ele vai achar difícil de acertar por causa do prazer que estará sentindo.
Encontrei essa brincadeira de soletrar “super divertida” em um fórum de uma revista feminina inglesa. Para a gente ver que esse tipo de baboseira não é exclusividade nossa.
Emitir ruídos durante o boquete pode enviar vibrações por todo o pênis, o que pode ser muito agradável para o homem.
Técnica da espiga de milho – tente balançar a cabeça para frente e para trás rapidamente enquanto sua boca se move para cima e para baixo do eixo. Essa técnica é similar a comer milho na espiga, com a diferença de fazer o movimento para cima e para baixo ao invés de para direita e esquerda. Use seus lábios ao invés dos dentes durante a execução dessa técnica.
Essas duas preciosidades fazem parte de um livro norte-americano no estilo “como fazer o melhor…”. Acho que a namorada do meu amigo deve ter lido essa obra-prima. Na técnica do milho, ainda bem que a sugestão é para usar os lábios.
Cunilíngua
Diga para ele: “Quero seus lábios na minha vagina agora”.
Em tese, essa é uma dica para a mulher conseguir sexo oral, mas com uma palavra dessa talvez consiga um exame ginecológico.
Técnica Borboleta – é só piscar os olhos rapidamente, deixando os cílios encostarem na pele.
Mais uma contribuição inestimável da revista Nova para os homens darem prazer às mulheres. Se com a mão, boca e língua já é difícil alcançar o clitóris, imagine com os cílios.
Desenhe palavras no clitóris dela com a língua, aproveitando para enviar mensagens como “Eu te amo” e “Você é gostosa”. Isso vai deixar qualquer hesitação dela de lado enquanto ela decifra suas mensagens brincalhonas.
Peça para sua mulher comer abacaxi durante o dia antes de fazer sexo oral nela. Os fluidos ficarão com um sabor delicioso.
Valores universais do sexo oral
Não quero transformar esse antimanual em mais um manual, porém existem alguns valores universais do sexo oral que costumam valer para a maioria das pessoas.
- É preciso dar prazer com vontade, deleitar-se no mundo dos fluidos e das texturas.
- Não dá para ter nojo ou frescura, um pelinho na boca não mata ninguém.
- Prestar atenção nos sinais e nas reações do outro é fundamental para investir mais nos movimentos que provocam as melhores sensações.
- Olhar nos olhos durante o sexo oral é sempre excitante, admirar o órgão sexual do outro também.
- O ritmo é crucial tanto para o homem quanto para a mulher, perto do orgasmo tente não mudar o ritmo, os movimentos nem a velocidade, a não ser que você não queira receber uma bela gozada na boca.
Tudo parece muito simples na teoria, entretanto sobram paus e bucetas carentes de uma boa chupada. Mais manuais e dicas não vão resolver, nem esse antimanual. Então faça sua parte, chupe gostoso. A saliva é uma fonte renovável e inesgotável, não economize.
Publicado por Francesinha em Papo de Homem.