Por que homens procuram prostitutas

“Por que homens procuram prostitutas?”

Eis uma pergunta que muitas mulheres se fazem.

Algumas preferem acreditar que os homens que recorrem ao sexo pago são inferiores aos “seus” homens, que eles têm algum “problema”, “anormalidade” ou coisas estranhas afins. Creio que algumas mulheres precisem acreditar nisso para não se sentirem muito mal consigo mesmas por fazerem sexo de graça com homens que, às vezes, não servem nem para fazer um sexo oral decente.

A questão é que os homens que procuram prostitutas não têm nada de anormal ou de errado, pelo contrário, tenho pra mim que eles são muito inteligentes!

Pensem comigo: vivemos num mundo insano e qualquer pessoa razoavelmente esperta sabe o quanto as aparências enganam. Assim como existem homens desequilibrados, existem mulheres que se apaixonam na primeira transa, depois começam a stalkear o cara na internet, curtir tudo que ele posta, mandar mensagem, fazer convites, insistir e etc.. Muitas desejam tanto um namoro e um casamento que já estão “amando” no terceiro encontro e dizendo tudo que o cara quer escutar!

Homens espertos “sacam” esse desespero de longe! 

Normalmente o desequilíbrio masculino é despertado após o “não”, já o de muitas mulheres surge após o “sim” e o que elas interpretam como demonstração de afeto. O transtorno de personalidade limítrofe (transtorno borderline de personalidade) tem prevalência três vezes maior em mulheres do que em homens e isso torna muitas “gatas” potencialmente perigosas!

Enfim, se o cara só quer prazer, se o cara só quer transar sem precisar usar máscara alguma o sexo pago é uma saída espertíssima!

E quando o homem está casado, mas descontente com a sua vida sexual (e não vou adentrar aqui nos porquês)?

Então, o sexo pago é o caminho certo para ter prazer e companhia com possibilidade quase nula de incômodos! (Digo “quase”, porque talvez existam por aí prostitutas psíquica ou moralmente desequilibradas que venham a perturbar a vida do homem/cliente).

Acho que meu ex-marido me falou uma vez que o homem não paga pelo sexo, ele paga pra mulher ir “embora”. Hoje eu sei o quanto isso procede!

Eu sempre digo que não vendo meu corpo, nem o sexo: eu alugo a minha hora. O que custa R$ 850,00 é a minha hora com um homem num quarto. O restante é “plus” e dentro deste “plus”, além da minha inteligência, humor, beleza, intensidade e infindável “gostosura” (leia-se: gosto por sacanagem), está o desapego!

Eu não quero dormir e acordar com homem nenhum me “mimando”, eu não quero dormir de conchinha, eu não quero companhia para assistir filmes e séries, eu não quero ter filhos, eu não quero me casar de novo, eu não quero, enfim, me apaixonar!

(Não agora, talvez um dia eu mude de ideia. Acho difícil, mas se tem uma coisa que a vida me ensinou é a não dizer “nunca” quando se trata de questões afetivas).

Logo, o cara que me procura, além de querer conhecer a mulher por trás das palavras, dos livros, dos sites, das matérias e entrevistas em jornais, do programa de televisão, das fotos incondizentes com a real beleza, quer, sobretudo, a certeza de que, após bons momentos, ele não será importunado, procurado, assediado. 

A sua vida vai seguir tranquilamente. Com sua esposa, filhos, amigos, fotos no Instagram, juras de amor eterno, sexo morno e rotineiro, viagens com a namorada e etc..

Eu sou uma espécie de “sonho” secreto: ninguém vai saber e eu não contarei para ninguém. Sem mensagem de texto, sem WhatsApp, sem ligações, sem contato que não seja quando ele quiser, afinal a minha vida depende da minha discrição.

Entenderam?!

O homem que procura a mim ou a qualquer prostituta do mundo está disposto a pagar para não ser procurado e importunado!

Lógico, que quem o homem procura diz muito sobre ele ou sobre suas intenções, por exemplo:

  1. a) O cara que procura uma moça que está trabalhando numa esquina e cobra barato talvez o faça porque tem poucas condições financeiras ou porque ele só quer um “alívio” imediato, como sexo oral sem reciprocidade;
  2. b) O mesmo ocorre com o cidadão que procura uma jovem que também cobra pouco e está num site. Ele pode ser pobre ou pode não estar nem aí para o fato de que ela “atende” vários homens num dia, que no banheiro terão pelos dos caras com quem ela transou antes e etc., o que ele quer é “meter” e ir embora;
  3. c) Alguns procuram prostitutas porque querem ser penetrados com dedos ou outros “utensílios”, outros procuram prostitutas travestis ou trans, porque também desejam ser “comidos”, enfim, porque são bissexuais ou gays presos no armário;
  4. d) Outros têm parafilias diversas e querem satisfazê-las com alguém que goste daquilo como, por exemplo, o “golden shower” popularizado em 2019 pelo presidente da república do Brasil.

Enfim, além do sossego de não ser procurado, cada homem tem seu estilo, seus desejos e condição financeira e, para cada “tipo” de homem, existem “tipos” de prostitutas dispostas a receber-lhes. 

Eu não realizo fetiches masculinos.

Faço só o que gosto e com quem me cativa.

Mas, como sempre digo: eu sou 0,001% das acompanhantes de luxo. Não sirvo nem pra entrar em estatística com o meu “modus operandi”: cobrar caro, transar pouco e com poucos homens e não fazer “sexo profissional” e, portanto, mecânico.

Sou feliz assim e isso me basta!

Creio que as moças que estão nas esquinas, fazendo pornô pra complementar a renda, exibindo-se em vídeos no Twitter (vídeos não menos indecorosos do que a Anitta e outras “artistas” rebolando no maior estilo “vem comer meu cu” em seus shows e apresentações), indo a hotéis, bares, festas e boates para procurar clientes, “anunciando” em sites e etc., sejam igualmente felizes, cada uma com sua história, objetivos, planos, metas e, claro, porquês.

A prostituta não é vítima, ela é uma profissional como qualquer proletária na sociedade capitalista.

Vítima é a menor de idade abusada sexualmente por familiares, colocada à mercê de homens pela família, obrigada a se prostituir para se alimentar. Vítimas são aquelas mulheres que foram colocadas na prostituição contra a sua vontade e que, portanto, sentem nojo de si e padecem de problemas psicológicos. Vítimas são as jovens pobres drogaditas que se prostituem para pagar a droga que usam.

Quando se fala em mulheres, travestis e trans maiores de idade, independente de serem pobres, de serem pouco ou muito instruídas, de serem da favela ou do bairro nobre, de cobrarem caro ou barato, de estarem nas ruas ou no site, não há porquê você ter pena ou dó pelo fato de elas se prostituírem. 

Você acha a prostituição ruim ou indigna, elas não!

Você jamais faria isso ou aquilo, elas não!

Elas não querem e nem precisam da sua piedade!

Tenha dó de você quando está carente e liga para o cara que lhe vê como um objeto de baixo custo.

Tenha dó de você que está com a autoestima caída.

Tenha dó de você que se faz de forte, independente, altiva e feliz, mas se apaixona por qualquer macho bom de lábia que lhe aparece.

Tenha dó de você que aguenta atitude tosca de macho abusivo.

Tenha dó de você que faz ménage pra satisfazer o fetiche do marido e “manter” um casamento morno.

Tenha dó de você que depende de dinheiro de homem pra viver e que, portanto, tem que se contentar com uma relação ruim e silenciar diante do esposo-provedor.

Tenha dó, mas reaja!

Saia dessa, garota!

Faça terapia, leia mais, compre um vibrador, estude, procure um emprego e se ame!

Evolua, você não é uma árvore para viver sempre no mesmo lugar.

Você merece o mundo.

Você merece respeito e amor, não migalhas.

Recomponha-se e imponha-se ou o mundo e todos os homens vão passar por cima de você e calar a sua voz.

A vida é de quem age e reage!

Eu e todas as prostitutas do mundo desejamos a sua libertação!

Cláudia de Marchi

Brasília/DF, 17 de março de 2019.

 

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